O amor que limpou casas e abriu portas
Hoje é Dia das Mães! E quer saber? Acho que essa é a única data comercial que realmente vale a pena ser comemorada.
As mulheres que são mães merecem todo o nosso carinho e admiração, não só pelo zelo e cuidado com os filhos, mas com toda a sociedade. O papel da mãe é gigante. Pensa só: gerar e orientar outro ser humano? Isso não é pouca coisa.
Sim, eu sei que educar e cuidar não é uma função exclusiva das mulheres. Mas hoje o foco é nelas, por motivos óbvios.
Minha mãe, por exemplo, é uma mulher extraordinária. E olha... até soa estranho elogiá-la assim sem parecer puxa-saco — afinal, é minha mãe. Mas é a verdade. Criou três filhos, trabalha como empregada doméstica desde os 13 anos. A clássica mãe preta brasileira.
Tenho um orgulho imenso dela. Foi com o suor do trabalho dela que eu tive acesso a livros, educação, música. Teve uma época em que ela pegava os lançamentos do Harry Potter na biblioteca do patrão só pra eu poder ler em casa. rsrs. E os discos de MPB e Bossa Nova? A gente ouvia junto, amarradões. Foi com ela que aprendi a curtir o som da Marina Lima, Lulu Santos, Ultraje a Rigor...ela viveu a era de ouro do rock nacional.
Minha mãe vem de uma linhagem antiga de mulheres fortes. Bisneta de escravos, filha de lavradores, nascida na Baixada Fluminense e criada no interior do Rio de Janeiro.
E por que essas informações importam?
Porque eu gosto de olhar pro passado, pelo menos os fragmentos que consegui acessar, pra entender o contexto social, cultural e econômico que moldaram a mulher que me criou. Uma mulher que, em vez de brincar e estudar, teve que trabalhar na casa de famílias de classe média no Rio de Janeiro dos anos 70 e 80... pra ganhar o mínimo possível.
Entender o contexto é entender o indivíduo.
Na minha pequena visão de mundo, as mães comandam essa sociedade, mesmo que a gente saiba que o sistema foi feito pra privilegiar os homens.
E elas comandam em todos os níveis. Da empregada doméstica à CEO de empresa. Formam uma rede de apoio invisível, onde uma ajuda a outra, muitas vezes sem nem perceber.
Eu não consigo nem imaginar como é ser mulher nesse mundo doido. E menos ainda ser uma mulher preta e mãe. Por isso eu valorizo tanto essa data.
Sei que nem todo mundo teve uma mãe amorosa como a minha. Mas a maioria das mães, de um jeito ou de outro, tem um impacto gigante na nossa vida seja pro bem ou pro mal.
Se sua mãe tá viva, liga pra ela hoje. Se puder, almoça com ela. Mesmo que ela tenha errado contigo. Mãe a gente só tem uma. E se você tá lendo esse texto agora, é porque de alguma forma — mesmo que mínima — ela cuidou de você.
É isso por hoje, galera. Feliz Dia das Mães pras mães de todos vocês.
Um abração do TH! Valeuuuuu.