Batalha perdida
Hoje li na AXIOS que 52% de todo o conteúdo publicado na internet entre 2020 e 2025 foi gerado por inteligência artificial. Sendo bem sincero, achei que esse número fosse até maior.
Se a gente parar pra pensar, a diferença não é tão grande assim. Dá pra dizer que estamos praticamente meio a meio. Pelo menos por enquanto.
Em tão pouco tempo, os textos criados por IA já ocupam metade de tudo o que é produzido online. Se o ritmo continuar, é bem provável que, nos próximos três anos, 80% de todo o conteúdo da internet tenha sido gerado por algum modelo de inteligência artificial.
Em algum momento, isso vai colapsar. A IA não pensa, ela não cria nada do zero. Os textos são produzidos com base em tudo o que já foi escrito por humanos. Mas se, no futuro, mais de 80% do conteúdo online for gerado por IA, ela vai começar a usar a própria base pra criar novos textos. Vai ser como comer uma comida que foi retemperada milhares de vezes.
A Wikipédia, por exemplo, já perdeu cerca de 8% no volume de acessos desde o lançamento das inteligências artificiais, muito por causa dos resumos que aparecem direto na posição zero do Google.
Eu sei que não dá pra ir contra a evolução das coisas, é uma batalha perdida. Mas, aos poucos, estamos abrindo mão do que temos de mais especial: a capacidade de criar, pensar e raciocinar. E isso é bem triste.
Não vou ser hipócrita: eu uso bastante IA, principalmente pra revisar meus textos. Mas nunca pra criar. A criação, a escrita, é, e sempre será, 100% minha responsabilidade.
Fico pensando no futuro. Será que a geração alpha, e depois os nossos netos, ainda vão ser capazes de compor um texto sem depender do auxílio das IAs? Ler livros e praticar a escrita nunca foi tão urgente.